3/20/22

American Psycho (2000)

   Bateman é uma cifra. Uma ação material na linguagem e é na linguagem que ele se desintegra, foge do nosso alcance. Ele é uma impossibilidade textual, escrita, suprimido até que não haja “Bateman” além do significado que põe em movimento o processo que o destrói. O dilema da identidade de Bateman e a sátira ao consumismo explora os dilemas pela linguagem. O sistema que vemos na persuasão da masculinidade tradicional é perpetuada em si: pela criação do protagonista homem que existe somente através das formas de linguagem masculina: pornografia, marcas de luxo, consumismo, violência e mídia. Tudo é levado ao seu extremo, determinado pela linguagem e impossibilidade de se adaptar a pós modernidade.

   A critica em torno da luxuria material e a violência opressionada pode ser vista em paralelo como uma violência subjetiva. A violência que vemos é performada como um agente social nesse caso, o objetivismo de Bateman é sistemático e que se mantem sustentada as relações de dominação e exploração. A similiaridade usadas para o descrever trazem o significado que, a sociedade capitalista e seus atos criminais são ambos equivalentes em mesmo nivel. Os paralelos consumistas exagerados da sociedade dentro de American Psycho são feitas de forma bem atribuidas de discursos comerciais, crimes de odio e dos fatores que desmistificam o a crise da linguagem masculina clichê.



  A apresentação de cada indivíduo se faz pela descrição de marcas de luxo, marcas de roupa e de sua aparência. Raramente será feito uma descrição física sem conotação sexual. A ênfase do valor do material e seus significados transcendem o valor individualista na visão do narrador, no qual a luxuria do cartão comercial diga mais sobre um homem quanto a marca de seu terno. A obsessão obstinada pelo consumismo rende a exclusão da individualidade no qual personagens compartilham do mesmo estilo de vida que os fazem se reconhecer facilmente, essa ridícula urgência ao consumismo e do compartilhamento da mesma vida consumem a mesma fonte: a sátira.

  A narrativa parece funcionar de duas formas: o mundo irreal fantasioso masculino e, por trás dele, um Patrick Bateman “real”. O narrador é o próprio protagonista, estamos sendo direcionados aos personagens do seu mundo pela sua perspectiva em relação a sociedade. Da segunda forma, a identidade apresentada ao mundo de Bateman é servil a partir da linguagem masculina estereotipada, as irremissíveis rachaduras que corroem uma identidade artificial nos permite examinar o vazio abaixo do seu ser. Essa estrutura partida nos leva a lidar com o construcionismo social provindo do uso da linguagem provindo de homens e sua subjetividade.

  A estrutura individual é construída a partir do conceito de linguagem no qual o esperado é que se tornem atordoados as crenças pré estabelecida sobre a natureza humana e a convivência diária do ser. As crenças do protagonista são todas enraizadas pela sua linguagem adotada, determinada pelo senso de identidade interna que ao mesmo tempo delivera uma linguagem extrema e infantil particulada a masculinidade. A insanidade do assassino é nada mais nada menos do que a reflexão da realização das lógicas internas masculinas de sua narrativa. O exagerado capitalismo, materialismo e violência são motivos da desumanização do sistema moral, com a abstinência de princípios morais as sensações de desejo e consumo definem o final de Bateman; uma tirada de agressão sexual e violência contra os símbolos de capitalismo da sua sociedade. A desumanização do feminino e o fim destrutivo do indivíduo provindo de uma obsessão de transformar um corpo vivo em matéria sem vida e capitalizada.